A ideia de luxo sustentável parece uma contradição. É assim que começa o artigo da Revista Isto É sobre o evento “1.618 Sustainable Luxury” que ocorreu de 29 de março a 2 de abril, na Cidade da Moda, em Paris. A Feira apresentou produtos de altíssimo padrão, para um público de grande poder aquisitivo, elaborados de acordo com critérios de sustentabilidade, unindo o luxo à consciência ambiental. O comunicado dos organizadores dizia que “o evento alcança consumidores exigentes, com alto poder de compra, ávidos por produtos honestos, mas cujas opções estão faltando no mercado”.
O primeiro Rolls-Royce elétrico é
exibido nas ruas de Paris
A preocupação das grandes companhias com esse segmento de demanda já vem de algum tempo. A “Rolls-Royce”, fabricante de carros de luxo, lançou seu primeiro modelo elétrico no último Salão de Genebra. A Toyota também apresentou um modelo de luxo movido à bateria de íons de lítio. Ainda relativo a transporte, a italiana Ferreti investiu num iate de luxo que combina óleo diesel e baterias elétricas, reduzindo consideravelmente a emissão de CO2 na atmosfera.exibido nas ruas de Paris
Projetos de iates elétricos, são destaque no evento em Paris
Os produtos apresentados na Feira, além dos automóveis e iates, abrangiam roupas, joias, acessórios, cosméticos e inclusive móveis, todos confeccionados na onda do respeito ao meio ambiente.
Segunda a reportagem, o mercado de luxo sustentável representa uma fatia que, só no Brasil, faturou, em 2010, mais de R$ 15 bilhões.
Voltando ao início da reportagem, permanece a dúvida. Não será uma enorme contradição a ideia de luxo sustentável? Num ano em que se realiza a Rio +20, evento patrocinado pela ONU, de nível internacional, onde um dos objetivos é a renovação do compromisso político para o desenvolvimento sustentável, sendo temas a economia verde e a erradicação da pobreza, a ideia de “luxo ecológico” soa, no mínimo, estranha. As propostas divulgadas para preservação do planeta defendem a necessidade de se substituir o “ter” pelo “ser”, a prioridade para a redução do lixo produzido e a implantação do consumo consciente de forma a diminuir nossa pegada ecológica que já se encontra além da capacidade da natureza de renovar seus recursos. Nesse sentido, só o termo “luxo” indica um consumo exagerado, fora dos padrões do consumo consciente.
Por outro lado, é inegável que existe, mundialmente, um segmento com poder aquisitivo extremamente alto e que cria uma demanda por produtos específicos, de alto luxo. Considerando que este segmento vai despender recursos com artigos de alto luxo, não seria melhor que estes artigos fossem ecológicos? Sob este aspecto, a opção pelo consumo do luxo ecológico torna-se uma opção benéfica ao meio ambiente. Ou não?
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BIBLIOGRAFIA:
Julião, André. Luxo Ecológico. Revista Isto É Independente on line. Tecnologia e Meio Ambiente. Nº Edição: 2212. 30.mar.2012
Matéria interessante sobre uma Feira realizada em Paris que apresentou artigos de luxo produzidos com métodos sustentáveis, unindo o luxo com consciência ambiental. Mostra a preocupação com o meio ambiente, também desse público que tem grande poder aquisitivo. Onde a preocupação com o meio ambiente ultrapassa a barreira das classes sociais.
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